O conceito de osteopatia craniana foi introduzido por W. G. Sutherland e se tornou a base para o uso de palpação craniana e outras técnicas no tratamento de diversos padrões disfuncionais. As teorias de Sutherland permitiram o desenvolvimento e aperfeiçoamento da osteopatia moderna. O estudo “Sutherland’s legacy in the new millennium: the osteopathic cranial model and modern osteopathy” compara o modelo craniano de Sutherland com pesquisas científicas atuais, buscando clarificar a aplicabilidade do modelo craniossacral no novo milénio.
Resumo do Estudo
O estudo destaca a importância do conceito de osteopatia craniana introduzido por Sutherland e como ele se tornou a base para a palpação do crânio e outras técnicas aplicadas em padrões disfuncionais que a terapia craniossacral trata.
Sutherland desenvolveu a teoria do “movimento respiratório primário”, mostrando que os ossos do crânio não são rígidos, mas têm movimentos sutis em resposta à circulação do líquido cefalorraquidiano, fundamental para a saúde do corpo (PubFacts) (Read by QxMD).
Metodologia
Análise Comparativa: O estudo compara as teorias de Sutherland sobre a respiração primária e o movimento das suturas neurocranianas e viscerocranianas com dados científicos modernos.
Dados Utilizados: Foram considerados estudos científicos relevantes sobre o movimento dos ossos cranianos e a função do mecanismo respiratório primário (PRM).
Resultados
Confirmação do Terceiro Ritmo: Estudos demonstraram a existência de um terceiro ritmo distinto dos ritmos respiratórios e arteriais, reforçando o conceito de um mecanismo respiratório primário.
Movimento Craniano: Pesquisas indicam que as suturas cranianas possuem uma mobilidade que não está diretamente relacionada à respiração torácica ou ao pulso cardíaco.
Função das Membranas Duras: As membranas durais desempenham um papel fundamental no mecanismo de movimento craniano, sustentando a teoria de Sutherland sobre a mobilidade articular dos ossos cranianos.
Conclusões
Relevância do Modelo Craniossacral: A teoria de Sutherland sobre o mecanismo respiratório primário (PRM) continua a ser uma base válida para a prática osteopática, especialmente no que diz respeito à mobilidade das suturas cranianas (Bordoni & Zanier, 2015).
Aplicação Clínica: O modelo craniossacral pode ser aplicado no diagnóstico e tratamento de disfunções cranianas, proporcionando uma abordagem holística para a saúde osteopática (Bordoni & Zanier, 2015).
Implicações para a Terapia Sacro-Craniana
Este estudo reforça a base teórica para a terapia sacro-craniana, uma vez que demonstra a importância do movimento e mobilidade do crânio. A abordagem de Sutherland apoia a ideia de que a terapia sacro-craniana pode influenciar positivamente a saúde geral do paciente, promovendo o equilíbrio e a regulação do corpo. A aplicação prática desta teoria permite que os terapeutas sacro-cranianos utilizem técnicas que visam melhorar a mobilidade do crânio e, consequentemente, tratar disfunções relacionadas com o sistema sacro-craniano (Capucine Chapelier-Dehesdin).
Estudo Completo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25831430/