O estudo “Injury triggers fascia fibroblast collective cell migration to drive scar formation through N-cadherin” conduzido por Jiang et al. (2020) oferece insights significativos sobre o impacto das cicatrizes na fáscia e as suas implicações para a saúde, bem como potenciais abordagens terapêuticas para mitigar a formação de cicatrizes patológicas.

Resumo:

Este estudo investiga o mecanismo pelo qual as lesões no tecido subcutâneo da fáscia sob a derme levam à formação de cicatrizes mais graves, explorando especificamente o papel da migração coletiva de células dos fibroblastos da fáscia desencadeada por lesões. Utilizando uma combinação de imagem intravital de tecidos profundos, linhagem de fibroblastos e explantes de pele-fáscia (tecido semelhante a cicatrizes em placa – SCAD), os autores observam que lesões desencadeiam uma migração coletiva semelhante a um enxame de fibroblastos da fáscia, que progressivamente contrai a pele e forma cicatrizes. Este comportamento de enxame é exclusivo para fibroblastos da fáscia e requer a regulação positiva da N-caderina. Impedir a ligação da N-caderina inibe o enxame e a contração da pele, levando à redução da formação de cicatrizes tanto em SCADs quanto em animais. Portanto, os fibroblastos que enxameiam e a expressão da N-caderina apresentam vias terapêuticas para limitar a mobilização da fáscia e respostas fibroproliferativas patológicas numa variedade de configurações médicas.

Conclusões:

A lesão induz uma migração coletiva de fibroblastos da fáscia, que é fundamental para a contração da pele e a formação de cicatrizes.

A N-caderina é essencial para a migração coletiva dos fibroblastos da fáscia e, consequentemente, para a formação de cicatrizes.

A intervenção na via da N-caderina oferece uma abordagem promissora para reduzir a formação de cicatrizes patológicas, sugerindo que o trabalho fascial que impacta a migração de fibroblastos da fáscia pode ser benéfico para lidar com cicatrizes.

Este estudo destaca a complexidade do processo de cicatrização e sugere que a manipulação da migração de fibroblastos da fáscia e a modulação da expressão da N-caderina podem ser estratégias eficazes para melhorar os resultados de cicatrização e reduzir a formação de cicatrizes patológicas. O trabalho fascial, ao impactar a mobilização e a atividade dos fibroblastos da fáscia, pode ser uma abordagem valiosa para mitigar os efeitos adversos das cicatrizes na saúde (Jiang et al., 2020).

Pode consultar o estudo completo aqui:

https://www.nature.com/articles/s41467-020-19425-1