A gravidez é uma fase que pode trazer coisas maravilhosas, mas também vários desafios para a vida da mulher e de quem está a seu lado. Para melhor compreendermos a complexidade que é conceber, gerar e criar uma vida, é necessário conhecer em detalhe cada uma das suas inerentes etapas. 

O processo da gravidez tem o seu início com a preparação e estende-se até à recuperação da gestação, dividindo-se em 7 etapas: 

  1. Preparação para a gravidez;
  2. Conceção;
  3. Gravidez (9 meses de gestação);
  4. Parto;
  5. Puerpério (primeiro mês/mês e meio pós-parto);
  6. Período de amamentação;
  7. Recuperação da gestação. 

Preparação para a gravidez 

A preparação para a gravidez é uma etapa que, tal como o nome indica, só ocorre quando a gravidez é planeada. Nesta fase, é fundamental ter presente qual o papel da mãe, o papel do pai e quais os bloqueios à conceção que podem vir a existir. 

No que toca à mãe, o seu papel principal deve ser nutrir-se de forma rica tanto a nível alimentar, como emocional – a sua maturidade e equilíbrio emocionais antes, durante e após a gestação são cruciais para criar um bebé de modo tranquilo. 

Naturalmente, a função do pai tem por base garantir a estabilidade emocional e a segurança da mãe, não devendo nunca desvalorizar-se a sua importância nesta fase para que o processo de preparação para a conceção e eventual vinda de uma criança seja o menos conturbado possível. 

Relativamente aos bloqueios à conceção, podemos dividi-los em duas categorias: os bloqueios emocionais/psicológicos e os bloqueios físicos. 

Os bloqueios emocionais sustentam-se no stress e nos medos relacionados com o tempo de espera até à conceção acontecer, o medo do parto ou de não se ser boa mãe/ bom pai, e também com uma possível incompatibilidade no relacionamento dos dois progenitores. Os bloqueios físicos resumem-se a possíveis patologias que podem dificultar a fecundação e sustentação do novo ser e, ainda, a incompatibilidades genéticas entre os pais. 

Quando existem estes bloqueios, pode intervir-se através de diversas terapêuticas, como a implementação de uma alimentação adequada (sem colocar demasiada pressão na futura mãe, para gerar o mínimo de ansiedade possível), a reflexologia (aplicada, por exemplo, no corpo todo para promover a fertilidade e preparar o corpo para o parto), a terapia sacro-craniana (também para preparar o corpo da mulher para a exigência da gestação) e, ainda, a hipnose, para o auxílio no tratamento de bloqueios emocionais mais profundos. 

É importante salientar que tanto o pai como a mãe podem e devem beneficiar destas terapias na preparação para a gravidez. 

Conceção 

De forma simplificada, a conceção dá-se quando o espermatozoide fecunda o óvulo, formando uma célula a que chamamos zigoto e que irá sofrer várias divisões. Neste momento, é libertada uma quantidade de energia equivalente àquela que é libertada por uma bomba atómica. 

É pertinente termos este conhecimento para conseguirmos perceber que esta energia tem um grande impacto tanto na mãe como no pai, devendo ser gerida da melhor forma, visto que tudo o que acontece desde este momento até à consciência da gestação terá influência em todo o restante processo. 

Depois da conceção, inicia-se, então, a etapa da gravidez. 

Gravidez

A gravidez divide-se em três grandes momentos: a) o primeiro trimestre que vai desde a 1ª até à 12ª semana; b) o segundo trimestre que ocorre entre a 13ª e 27ª semana e c) o terceiro trimestre que vai desde a 28ª semana até à 40ª (que corresponde a 9 meses lunares). Cada uma destas etapas exige à mulher necessidades diferentes. 

No primeiro trimestre, dá-se a formação de todos os órgãos e estruturas do embrião, sendo também uma fase sensível no que toca a viabilidade da gestação. É muitas vezes nesta fase que podem ocorrer abortos espontâneos. Por estas razões, é importante resguardar a novidade entre a mãe e o pai para que haja o mínimo de interferência possível no desenvolvimento do novo ser, pois, muitas vezes, quando os familiares e amigos sabem da novidade, colocam muita excitação e expectativas, gerando nervosismo e ansiedade desnecessária nos novos pais, sobretudo na mãe, que se quer absolutamente calma numa fase determinante para o sucesso da gestação e da saúde da vida do novo ser.

No que concerne às terapias que se podem aplicar nesta fase, destacam-se: a reflexologia (através dos Super Pontos – pontos SP), a energia biogravitacional, a hipnose e a auto-hipnose (para promover o relaxamento da mãe e prepará-la para todas as transformações que o seu corpo irá sofrer). Ressalta-se que os tratamentos são sempre direcionados em primeiro lugar para o bebé. Por exemplo, os tratamentos dos SP, vão permitir que o novo ser se desenvolva e nasça livre da programação emocional dos seus pais, sendo que, ao se executarem as terapias no corpo da mãe, ela irá sempre tirar partido delas, eliminando os seus próprios bloqueios.

O segundo trimestre é a fase em que o novo ser – aqui já denominado como feto – vai desenvolver e amadurecer todas as estruturas formadas no trimestre precedente. Nesta fase, as exigências para o corpo da mãe são maiores. É importante saliente que, apesar destas exigências, a gravidez só se torna patológica quando a mãe já tem alguma doença anterior à gestação. 

Neste trimestre, podem utilizar-se as mesmas terapias que no primeiro trimestre com a adição da terapia sacro-craniana que, para além de outros benefícios, contribui para o equilíbrio do osso esfenoide, que aloja a glândula pituitária que é essencial que funcione impecavelmente para uma gravidez gentil. Caso haja muita ansiedade na gestação, a Hipnose pode e deve ser introduzida de modo a tranquilizar a mãe. Contudo, é a partir do 2º trimestre que é essencial o uso da Hipnose e da Auto-Hipnose na preparação psicológica da mulher para o parto. 

O terceiro e último trimestre é aquele em que o bebé, supostamente, fica em posição para a expulsão e se dá a preparação para o parto com maior foco e dedicação, podendo recorrer-se às técnicas enunciadas no parágrafo anterior. 

O final da gravidez culmina, assim, com o tão esperado momento – o parto.

Parto 

O processo de dar à luz uma criança pode variar em alguns aspetos, dependendo da vontade dos pais e também da época a que nos estamos a referir. Parir um filho em 2023 é diferente de dar à luz em 1823, levando-nos ao “paradigma da modernidade versus ancestralidade do parto”. 

As diferenças existentes neste paradigma são diversas: por um lado, na ancestralidade existia uma rede de apoio feminina que prestava auxílio à mãe, mas não havia tantas condições de higiene e segurança ou avanços tecnológicos; por outro lado, na modernidade, a falta da rede de apoio feminina é notória, assim como a instrumentalização do parto, mas existe o acesso ao apoio médico, que levou a uma grande diminuição da taxa de mortalidade (tanto da mãe como do bebé) nesta fase. 

Assim sendo, deve tentar-se ao máximo encontrar o melhor equilíbrio entre os métodos da ancestralidade e da modernidade, de forma a tirar partido de ambos e pondo sempre em primeiro lugar a saúde do bebé e da mãe, bem como as suas vontades e preferências. 

No momento do parto, é fundamental que a mulher esteja o mais calma e relaxada possível e a presença do pai deve contribuir ativamente para isso, transmitindo não só segurança, mas também aplicando técnicas e truques, que pode e deve aprender antes do parto, e que estimulem o relaxamento da mãe.

Puerpério

O puerpério é o processo que ocorre desde o nascimento do bebé até ao fim do sangramento, ou seja, até ao útero voltar ao seu estado normal, e que implica um conjunto de desafios. Em primeiro lugar, é imposto à mulher o regresso à vida normal. Seja porque não há a tal rede de apoio e a mãe não consegue dedicar todo o seu tempo ao bebé e a recuperar, seja porque a própria mãe coloca em si a pressão de voltar às suas rotinas pré-bebé e não se permite descansar o tempo que o seu corpo merece. 

Nesta fase, a mãe deve não só repousar, como também ter uma alimentação cuidada e apropriada às suas novas necessidades, evitando dietas e alterações alimentares. Destaca-se o consumo de iodo (através de algas, por exemplo) e o evitamento de legumes verdes (como os grelos, a couve portuguesa e os brócolos). 

Para além disto, é importante perceber que as quantidades gigantes de hormonas libertadas no parto provocam diversas alterações emocionais que, acrescentando ao cansaço, exaustão e, por vezes, frustração que se manifestam nesta fase, os desafios emocionais que a mulher tem de enfrentar são enormes. 

O papel do pai, nesta fase, é garantir que a mãe tem as condições necessárias para descansar e trazer estabilidade e segurança emocional, de modo que a mãe esteja tranquila. Assim, a mulher poderá dedicar-se unicamente aos cuidados do bebé e a recuperar.

Algumas das técnicas que se podem utilizar de modo a facilitar este processo são a reflexologia e a terapia sacro-craniana. 

Juntamente com o puerpério, começa também o período de amamentação para as mães que, no seu direito, escolhem fazê-lo. 

Amamentação 

A amamentação é o processo através do qual se alimenta o bebé com o leite materno e pode acontecer desde que o bebé nasce até que a mãe queira e se sinta confortável. Nesta fase, é essencial prestar esclarecimento e dar informação correta à mãe para que o processo seja o mais tranquilo possível e também para que a mãe possa desmistificar alguns mitos. 

Destaca-se, uma vez mais, a importância da alimentação da mãe (rica em boas gorduras, preferencialmente) para que a digestão do bebé seja fácil e para que se consiga aliviar possíveis cólicas e desconfortos na criança. 

Recuperação da gestação

Quando termina o período de amamentação, inicia-se a recuperação da gestação. Este período pode ter uma duração igual ao da gestação (9 meses) e deve ser contado a partir do final da amamentação porque é aqui que os níveis hormonais da mulher começam a estabilizar. 

Sendo esta uma fase de recuperação, é importante que a mulher se foque no seu bem-estar psicológico e emocional, centrando-se em cuidar de si, do seu relacionamento amoroso e em voltar às atividades e rotinas antigas. Para além disso, deve focar-se em recuperar os desequilíbrios do corpo para evitar futuras situações patológicas. É muito comum, por exemplo, algumas mulheres de 50 anos manifestarem doenças graves provocadas por um desequilíbrio prolongado do pós-parto que não foi tratado.

Algumas das técnicas que podem facilitar a recuperação são: a reflexologia, a energia biogravitacional e a terapia sacro-craniana. 

Compreende-se, assim, que todo o processo da gravidez pode apresentar diferentes obstáculos, mas, se ambos os progenitores se focarem no bem-estar físico e mental da mãe e do bebé, pode ser possível ultrapassá-los e viver esta fase de forma leve e tranquila.