Muitas são as pessoas que nas quadras festivas me solicitam opções e soluções sobre como manterem a coerência nas suas escolhas alimentares, quando são bombardeados com mesas recheadas de receitas tradicionais.
Nestas situações há duas questões importantes que devemos considerar.A coerência é mantida quando estamos perante a diferença. Ou seja, é fácil ser monge no mosteiro onde estamos protegidos da tentação e onde estamos num ambiente e rodeados de pessoas que escolheram o mesmo caminho que nós. A iluminação é atingida no meio da escuridão e não o contrário. Para evitar conflitos temos a tendência para apagar a luz quando nos deparamos com a escuridão. Assim muitas pessoas referem que o problema delas são os elementos da família não quererem mudar a sua alimentação, não nos apercebemos que esse dilema só existe porque nós ainda não estamos totalmente seguros das nossas escolhas. Claro que nesta altura, por ser uma época de família é quase impossível essa situação não se colocar e estarem em família poderá ser conflituoso. O meu conselho é: mantenham a coerência, pois a escolha de comer saudável é vossa e apenas da vossa responsabilidade. A luz é útil na escuridão e não em pleno dia de sol. Então aproveitem a diferença para perceberem se comer de forma saudável é de facto a vossa escolha. Só será difícil resistir à tentação quando a escolha não está clara.
Para funcionar bem, o nosso corpo precisa de todos os paladares, sendo o doce, um deles. Contudo, o corpo precisar de açúcar, não significa precisar de sobremesas. Vou dar um exemplo: se sentimos que o corpo precisa de açúcar, temos várias opções disponíveis, podemos comer um pedaço de abobora assada no forno, ou uma batata-doce, ou mesmo uma tigela de cereais integrais, ou então uma peça de fruta. Se depois disso continuamos a sentir que o corpo precisa de açúcar, então isso não é indicador de falta do açúcar que o corpo precisa para funcionar bem, mas antes um indicador de outro problema, que pode estar relacionado com a flora intestinal desregulada ou/e questões emocionais.
Em todo o caso, é claro que existem algumas receitas de doces e sobremesas, que são uma opção “menos nociva” que o tradicional e que numa fase de transição do processo de mudança alimentar, podem perfeitamente ser consumidas com moderação.
Na verdade, a minha escolha de palavras foi proposital. “menos nociva” significa que, não sendo igualmente uma opção saudável, é preferível a tudo o que são expostos diariamente e sobretudo nesta época festiva, em termos de doces e sobremesas.
Deixo aqui uma lista de “salva-festas” para quem precise de se enquadrar na época e nos contextos familiares de convívio tradicionais, sem maltratar o corpo de uma forma tão dramática.
As receitas não são da minha autoria, e podem ser encontradas muitas outras variantes e opções na internet. Sugiro sempre uma pesquisa atenta sobre o que é adequado para o vosso corpo, mente e espírito e se tiverem dúvidas podem contactar-me à vontade.
Um abraço e votos de que 2018 vos traga tudo o que precisam em quantidades generosas.
PS: álcool é açúcar em estado líquido!