Independentemente da situação que estejamos a analisar as leis que as governam são as mesmas. O universo funciona como caixas dentro de caixas, universos dentro de universos. Cada caixa não está vazia, para além de conter uma caixa mais pequena ainda é constituída por “partes”. As leis que regulam a caixa maior regulam igualmente a caixa menor, ou seja, tudo no macro, funciona como no micro. Assim, quando olhamos para a nossa “caixa”, ela também está organizada por partes e tem outra “caixa” dentro dela, o mesmo acontece na caixa da nossa vida. Para mantermos as “caixas” em equilíbrio é necessário respeitar as leis universais e respeitar aquilo que somos.

No universo família, as leis naturais são desafiadas e as partes chocam entre si, gerando conflitos e criando relacionamentos disfuncionais. Respeitar quem somos, o livre arbítrio, o amor incondicional e mantermos saudáveis as ligações que nos unem familiarmente é o desafio. Na verdade, o verdadeiro desafio é conseguirmos ser quem somos, tendo escolhido como cenário de fundo, pessoas que criam situações que nos obrigam a ser quem não somos.

Muito se fala de relacionamentos, e na verdade viver harmoniosamente com alguém, não se trata de fazer cedências ou concessões, mas sim de atingir consensos, porque mais tarde ou mais cedo, a concessão ou a cedência será cobrada, acabando por aos poucos “matar a relação”, ou quando guardamos para nós essas “cedências contrariadas” podem vir a manifestar-se em desconforto físico que, nos casos mais graves, revelar-se-ão como doenças. Viver harmoniosamente com alguém, é quando conseguimos estar no mesmo plano de vibração e mantermo-nos íntegros respeitando o outro e respeitando-nos a nós próprios, criando uma vida e situações em que podemos simplesmente caminhar lado a lado, sem a necessidade de ter alguém que nos complete.

O desafio surge quando nos agarramos ao medo de perdermos quem amamos, e esse medo se torna mais forte que a nossa vontade de sermos verdadeiros e honestos com a nossa natureza, a nossa Essência.

Na verdade, sempre que fazemos uma concessão em nome do amor, estamos a falar de amor condicional. E isso não é amor. É deixarmo-nos moldar pelo que não é, e deixarmos de ser o que é. Quando vivemos em amor incondicional, o medo deixa de controlar o que somos, e é a realidade que se molda a nós, criando pessoas e situações que nos permitem experienciar o que estamos a ser.

Enquanto insistirmos em não ser, estaremos a ser moldados pelo que nos rodeia, encarando pessoas e situações que nos lembram todos os dias quem não somos. E vivemos em ira, tristeza, solidão, angústia, desilusão…

E se quisermos ir mais além, poderemos ver que o macro, o exterior, reflecte o micro e a forma como se organiza a nossa vida, é um reflexo da nossa organização interna, e quanto mais pessoas e situações disfuncionais tivermos na nossa vida, mais disfuncional é a única relação que é de facto real: a relação connosco próprios.

O Programa “Exercita a Tua Auto-Estima” trata precisamente disso: de criar as condições no nosso corpo para que nos voltemos a sentir ligados a nós mesmos.