A hipnose clínica é uma técnica terapêutica utilizada por profissionais de saúde qualificados para tratar diversos problemas físicos e psicológicos. Ela difere da hipnose de entretenimento, que é frequentemente vista em shows e espetáculos. Na hipnose clínica, o hipnoterapeuta utiliza sugestões verbais e imagens para ajudar o paciente a entrar em um estado de concentração e foco intensos, conhecido como transe hipnótico.

Durante este estado, o paciente geralmente torna-se mais aberto a sugestões e é capaz de explorar pensamentos, sentimentos e memórias que podem estar escondidos da consciência.

A hipnose, é uma das práticas mais enigmáticas e fascinantes na interseção da psicologia e da medicina e tem sido objeto de estudo, debate e aplicação ao longo de séculos. Desde suas origens místicas até sua reconhecida posição na terapia moderna, passou por uma evolução notável, desdobrando-se em várias abordagens e técnicas. 

A história da hipnose remonta aos tempos antigos, onde práticas semelhantes eram usadas em rituais religiosos e curativos. No entanto, foi no século XVIII que a hipnose começou a formar-se como um campo de estudo científico, com figuras como Franz Mesmer e James Braid que contribuíram para sua fundação e legitimação. A hipnose, na sua essência, envolve induzir um estado de foco intenso e atenção concentrada, no qual a pessoa se torna mais aberta a sugestões.

Este estado peculiar de consciência sempre gerou curiosidade e, por vezes, controvérsia. Inicialmente marginalizada pela comunidade médica, a hipnose gradualmente ganhou reconhecimento como uma ferramenta terapêutica valiosa. 

No século XX, a hipnose começou a ser aplicada mais sistematicamente em contextos clínicos, levando ao desenvolvimento de várias escolas e abordagens, cada um com suas características e aplicações específicas, contribui de maneira única para o entendimento e aplicação da hipnose em contextos terapêuticos.

A hipnose comportamental, com seu foco na modificação de comportamentos específicos, e a hipnose cognitiva, que visa a reestruturação dos processos de pensamento, demonstram a adaptabilidade da hipnose às teorias e práticas da psicologia moderna. Por outro lado, a hipnose regressiva, embora cercada de controvérsias, continua a ser explorada por sua potencialidade em desvendar as profundezas da mente humana e suas experiências passadas. A Hipnose Ericksoniana, com sua abordagem indireta e centrada no paciente, reflete uma compreensão mais humanista e individualizada da terapia. Na Hipnose de Autoajuda o paciente aprende a auto-induzir um estado de hipnose para resolver questões quotidianas. E, finalmente, a Hipnose Médica que é usada em ambiente médico como auxiliar de tratamentos médicos, como o controle da dor ou até na preparação para cirurgias.

Estes ramos da hipnose não apenas oferecem diversas ferramentas para o tratamento de uma gama de desordens psicológicas e físicas, mas também destacam a importância da mente no processo de cura. 

Apesar das suas diferenças, todas partilham um objetivo comum: ajudar as pessoas a alcançarem um melhor bem-estar mental e físico. Nos próximos artigos iremos desvendar como cada uma dessas práticas se desenvolveu ao longo do tempo, como funcionam, onde são aplicadas e quais as evidências de sua eficácia. Ao fazê-lo, ofereceremos uma visão abrangente e detalhada da hipnose nas suas várias formas, destacando sua importância e versatilidade como uma ferramenta terapêutica incontornável no século XXI.

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