Ao longo da vida, procuramos múltiplas vezes encontrar uma cura para os problemas de saúde que nos vão surgindo: desde uma gripe até uma doença grave como o cancro. 

No entanto, nesta busca constante, esquecemo-nos de compreender quais as verdadeiras causas para a doença se manifestar e quais as diferentes abordagens que podemos considerar para alcançarmos um estado de saúde e bem-estar. 

Todos os seres humanos estão suscetíveis, diariamente, a ambientes nefastos que podem levar à doença, mas alguns de nós têm uma maior preponderância do que outros. A razão para isto acontecer prende-se, essencialmente, com o sistema imunitário de cada um. 

Este sistema, responsável por combater os agentes patogénicos, ou seja, os corpos estranhos ao nosso organismo, pode estar mais forte ou mais fraco, consoante vários fatores, nomeadamente o tipo de alimentação e o estilo de vida. 

Termos consciência do estado do nosso sistema imunitário é o primeiro passo para a cura e para isso é fundamental a conexão com o nosso corpo. Quando esta fica bloqueada, a doença ganha espaço para se instalar. 

Podem ser diversas as razões para o bloqueio da conexão, tais como:

  1. Crenças restritivas; 
  2. A densidade do microbioma (ou seja, a quantidade, variedade e qualidade de todos os microrganismos que habitam o nosso corpo);
  3. Alimentação demasiado pesada;
  4. Uso de medicação densa (como antibióticos, corticoides e cortisona, quimioterapia, entre outros); 
  5. Estilos de vida stressantes e desgastantes; 
  6. Demasiado foco no resultado e pouca atenção ao processo (quando se fala em conexão, o mais importante é o processo);
  7. Viver na dualidade (excesso de expectativas ou julgamentos, por exemplo). 

Depois de compreendida a noção de conexão e a sua relevância para a instalação ou não de doença, o próximo passo é entender o processo de cura no nosso corpo. Para isto, apresentamos 6 princípios base

  1. Agravamento;
  2. Direção;
  3. Lateralidade;
  4. Tempo;
  5. A transferência e a contratransferência; 
  6. O alívio do sintoma. 

primeiro princípio reflete, de forma simplificada, a necessidade do agravamento dos sintomas para que haja cura, ou seja, quando o tratamento é iniciado, deve ocorrer um pico de sintomas, para que depois se dê um decréscimo e a recuperação possa efetivamente acontecer. Por exemplo, uma pessoa que tem febre de 38°, no início da terapia pode aumentar a temperatura até 39° e, posteriormente, começar a sentir um alívio em todos os seus sintomas. No fundo, este é um mecanismo natural de defesa que ocorre para matar vírus, bactérias e outros agentes patogénicos. 

A nível terapêutico, o objetivo é auxiliar o sistema imunitário neste mecanismo, ajudando o corpo a atingir o equilíbrio, agilizando, assim, o processo de cura, que se dá praticamente após o pico de sintomas. 

Sempre que o agravamento acontece é um bom sinal, mas nem todos os agravamentos são de cura. É necessário complementar a análise com os outros princípios. 

Quando há um agravamento não percecionado pelo paciente, ou uma melhoria, pode significar que a doença está a ser curada ou então foi suprimida, ou seja, ficamos sem certeza do que se está a passar e temos de observar o paciente no curto e médio prazo para ter um diagnóstico correcto sobre a evolução da doença. O princípio do agravamento é dos princípios mais complexos e obriga a um conhecimento médico mais profundo.

princípio da direção refere-se ao caminho que a cura percorre no nosso corpo: sempre de cima para baixo, de dentro para fora e dos órgãos mais vitais para os menos. Naturalmente, o rumo da doença é o oposto: se sentir uma dor na anca, por exemplo, e, passado algum tempo, começar a sentir uma dor no ombro, então, significa que a doença está a subir e a interiorizar-se. Por outro lado, se tiver uma dor no ombro e depois de uma prática terapêutica passar a tê-la no joelho, significa que a cura está a acontecer (direção de cima para baixo). 

O terceiro princípio, o da lateralidade, não se manifesta em todas as situações, mas quando acontece significa que um sintoma que a pessoa sente de um lado do corpo, como o ombro esquerdo, passa para o lado oposto (ombro direito) e, posteriormente, regressa ao local inicial. Se a cura acontecer, quando a dor regressa ao lado inicial, acaba por desaparecer. É importante salientar que quando se tem uma dor à direita e ela muda de lado, e a seguir desaparece ou expande-se até um dos membros, pode ser um sinal alarmante, visto que pode implicar um processo em que a doença fica mais profunda. 

Relativamente ao princípio do tempo, podemos dizer que, quando se inicia um processo de cura, alguns dos sintomas de uma doença que a pessoa teve no passado, podem voltar a surgir. Os sintomas aparecem sempre na ordem inversa, dependendo da forma como foram tratados, ou seja, se o indivíduo teve uma amigdalite e tomou antibiótico, a doença não foi curada, apenas ficou mais profunda. Se agora utilizarmos um processo terapêutico que respeite os princípios da cura, a informação da “amigdalite não curada” terá de sair do organismo e irá provocar sintomas similares aos vividos anteriormente. 

O princípio da transferência e contratransferência é um princípio mais raros e só está presente em algumas das técnicas terapêuticas. Não obstante, é um princípio bastante importante, na medida em que reflete a importância de o terapeuta estar disponível para se curar no processo de tratamento do seu paciente e ser capaz de lhe transferir a cura.

De um modo simplificado, a transferência refere-se à “passagem dos sintomas” do paciente para o profissional de saúde e a contratransferência tem que ver com a passagem da cura do profissional para o paciente. Denote-se que, quando se fala em “passagem de sintomas”, não é uma passagem literal. O médico não fica com cancro ao tratar de um paciente com esta doença, mas o seu corpo começa agora a processar a informação existente, e se o terapeuta permitir a cura, pode agora transferi-la para o paciente. 

Várias medicinas foram identificando, e muito bem, o processo de transferência e foram criando métodos para anular os seus efeitos, levando ao bloqueio da cura e restringindo o seu uso ao alívio do sintoma.

Na Tesed, reconhecemos o processo de transferência e contratransferência e em vez de o bloquearmos, usamo-lo de forma consciente para potenciar a cura no paciente. 

Por fim, o alívio do sintoma tem que ver, tal como o nome indica, com a atenuação dos sintomas da doença. Este alívio deve ser sempre acompanhado por um processo de cura, ou seja, quando se recorre a métodos terapêuticos para o tratamento do problema de saúde é fundamental que estes não suprimam a doença e não levem à sua interiorização.

Após nos inteirarmos com os seis princípios fundamentais para a cura, é necessário perceber como devemos atuar perante uma situação de doença. Em primeiro lugar, é crucial entender a diferença entre sintomas e identificação da patologia. Os primeiros são manifestações do corpo – como dor de garganta, febre, dor de cabeça ou nariz entupido – que permitem direcionar o nosso organismo para um estado de equilíbrio. 

A identificação da patologia (ou diagnóstico) identifica o(s) elemento(s) que estão em desequilíbrio e que levaram o corpo a adoecer. 

O que acontece múltiplas vezes, quando não se faz esta clara distinção, é que nunca se alcança verdadeiramente um diagnóstico, mas apenas uma classificação de sintomas. Esta classificação limita-se a categorizar os sintomas e a aplicar protocolos pré-definidos de tratamento. É como se não se realizasse um tratamento personalizado para cada paciente, mas sim um tratamento standard só porque os sintomas do paciente se encaixam numa determinada categoria. 

Um exemplo prático pode ser o tão conhecido caso da gripe: 

  • Sintomas da doença: dor no corpo, corrimento nasal, febre;
  • Classificação dos sintomas: sintomas de gripe (origem viral).

Na sua generalidade, ficar-se-ia, provavelmente, apenas neste segundo ponto e seriam receitados medicamentos para suprimir estes sintomas, o que resultaria, provavelmente, na interiorização da doença. Por outro lado, se se realizasse efetivamente um diagnóstico, perceber-se-ia, por exemplo, que o paciente tem um estilo de vida stressante acompanhado com uma vida agitada e que estes dois fatores tornam o seu sistema imunitário debilitado e vulnerável a diversas doenças. 

Ao fazer-se este diagnóstico, consegue mudar-se estas condicionantes à vida saudável e promover o restabelecimento do equilíbrio do paciente. Os tratamentos a realizar após este diagnóstico devem contribuir para que o sistema imunitário possa reagir, reforçando o metabolismo do paciente. 

É, portanto, fundamental conectarmo-nos com o nosso corpo, tomarmos consciência de todos os sinais que ele nos envia diariamente e procurarmos alternativas que promovam a reabilitação do nosso sistema imunitário para nos afastarmos da doença e para que ela não se interiorize, aproximando-nos da cura e da saúde.