– Não consegui perceber essa história das soluções…
– Quando um problema não tem solução está resolvido! Isso significa que não há problemas e o que existe são soluções.
– Mas nós fomos treinados para ver problemas, depois encontrar as causas e só depois procurar as soluções!
– Isso não está errado. O que bloqueia é o facto de teres treinado a tua mente para procurar problemas e teres ficado por aí. Para ela passar à fase seguinte precisa do teu aval.
– Como assim?!
– Lembras-te de uma conversa que tivemos sobre seres o director de uma empresa?
– Sim, lembro-me. Essa conversa mexeu muito comigo mas ainda não consigo colocar em prática tudo o que me ensinaste.
– Não te preocupes, se continuares a tentar, um dia, quando menos esperares, isso acontecerá. Mas voltando então à empresa. Como tu és o director, os teus colaboradores trazem-te de uma forma contínua problemas. Nesse processo tens por hábito não dar imediatamente uma resposta clara dizendo-lhes que os deixem em cima da tua secretária prometendo, no entanto, que vais pensar no assunto. O que iria acontecer?
– A minha secretária iria ficar cheia de problemas e eu não teria capacidade de lhes dar resposta, ficando tudo parado e à minha espera para andarem para a frente.
– É isso mesmo, mas é ainda mais grave. Essa empresa só com muita sorte não perderia os trabalhadores mais válidos, ficando com os de mais baixa produtividade e criatividade. Para além disso, o risco de falência seria enorme!
– Estou a ver…
– E se o director em vez de responder daquela forma, dissesse que tinha entendido o problema mas para poder analisar melhor pedia que, fosse feito uma análise das causas, lhe fossem apresentadas as propostas de soluções, os vários planos de acção possíveis com indicação das vantagens e desvantagens, apresentando igualmente quais as que o colaborador achava que seriam mais vantajosas e as razões para tal.
– Isso era um desafio para os colaboradores e não iria ser fácil!
– Sim, requeria que fossem treinados para isso.
– Mas isso é utópico, nem todos os colaboradores estão nesse nível… e alguns acham que não são pagos para isso!
– Pois é, significa que alguns estão ansiosos para funcionar daquela forma, outros precisam de formação e existem outros que têm de definir se querem mesmo trabalhar naquela empresa, pois as regras de funcionamentos são aquelas.
– Sim, isso está certo!
– A velocidade de funcionamento aumentaria. Em vez de termos colaboradores orientados para encontrar problemas, tínhamos colaboradores orientados para encontrar soluções e implementá-las.
– Mas assim poderia haver problemas que não seriam tratados, pois o trabalho que iria causar seria grande e os colaboradores não estariam interessados!
– Sim, é possível. Mas antes acontecia o mesmo, a única diferença é que o director tinha todos os problemas em cima da mesa dele, em vez de na mesa dos colaboradores.
Agora os problemas mudaram de local tornando-se desconfortáveis a quem os detém, sem poder delegar noutro essa responsabilidade. A vantagem é, termos a possibilidade de ter soluções implementadas, e nem que haja apenas uma solução implementada, é melhor do que quando só havia problemas e nenhuma solução.
– Começo a entender.
– Aquilo que acabei de descrever acontece em muitas empresas, mas mais grave é deixares acontecer contigo próprio, não ensinares a tua mente a procurar e a implementar soluções. Deixares que ela delegue em ti funções que são da responsabilidade dela. A tua função como consciente é decidir e ensinar a tua mente. Pára de fazer funções para as quais não tens nem tempo, nem capacidade de processamento para as executar. Coloca a tua mente a funcionar para ti em vez de seres tu a funcionar para ela.
– Mas Mestre, como é que eu uso isso no tema das ligações que estávamos a falar no outro dia?
– Resolver ligações é um processo que é difícil fazermos sozinhos, precisamos de ajuda para nos guiar no caminho. O ser humano tem a necessidade de interpretar tudo, querer saber o porquê de todas as coisas e só depois de o fazer é que consegue caminhar. Até lá anda às voltas e perdido.
– Isso é normal. Primeiro precisamos de saber a causa para depois actuar.
– Sim. Mas temos de compreender que, como seres tridimensionais a deslocarmo-nos na linearidade temporal, não conseguimos ter a perspectiva global. Não conseguimos ter acesso a mais dimensões do que aquelas que estão disponíveis nesta plataforma dimensional.
– O que queres dizer com isso?
– Quero dizer que pensamos como humanos e os temas requerem olhar para além do que nós, como humanos, conseguimos ver.
– Mas como é que nós fazemos isso? Consegues dar-me um exemplo? Neste momento estás a pedir-me que eu deixe de ser humano e passe a ser o quê?
– Não quero que deixes de ser coisa nenhuma, apenas quero que olhes para além de, estou a pedir que não te foques no óbvio.
– Continuo a não perceber. Eu já faço isso! Acredito em questionar e em procurar a verdade mesmo quando é inconveniente fazê-lo, mesmo quando isso me vai dar muito trabalho. Nunca me fico por aquilo que é óbvio e tento ir mais além. Talvez esteja a fazer qualquer coisa errada…
– Repara numa coisa. Se olharmos para as religiões que existem neste momento na Terra, quase todas têm por base a manifestação de um ser divino, a imposição de determinadas regras e a promessa de que se obterá o caminho para o paraíso, se comungarmos e contribuirmos para essa forma de ver o mundo. Ficamos ainda a saber que Deus é vingativo e não perdoará a quem não seguir os seus ensinamentos.
– Sim, tens razão…
– Não é uma questão de razão, estou apenas a observar. Mas a questão que se põe é: ou existem vários Deuses ou então Ele é um Deus bem caprichoso e sem grande certeza do que quer.
– Porque é que dizes isso?
– Porque a única coisa que é comum a essas religiões todas é que existem seres divinos. Depois a partir daí é bem confuso e honestamente a vontade que dá é ser mesmo ateu. Se existe um Deus e se Ele existe de facto a esse nível, então não pode ter essa insegurança toda! Não poderia ser Deus! Poderia ser tudo o que quiséssemos, menos Deus!
– Então o que é que faz com que isso aconteça?
– O ser humano. Sabes, eu acredito que Deus existe, mas Ele não pode ser como nos dizem. Só acontece assim porque nós pensamos como seres humanos limitados e com falta de abrangência na visão.
Primeiro, repara na arrogância, Ele criou-nos à sua imagem e entendemos isto como se Deus tivesse a mesma forma que nós temos. Não conseguimos ver que a imagem não é física mas que vai para além disso. Dificilmente nós neste plano energético teremos alguma vez a possibilidade de perceber a sua forma, eu arrisco mesmo a dizer que Ele não é como nós o idealizamos.
– Começo agora a compreender melhor o que estás a querer dizer…
– Mas, não se fica só por aí. Repara em todas as regras que nos impõem. Pensas que um Deus que é Deus e nos deu o livre arbítrio iria impor-nos regras? Que Deus seria esse? E mais grave ainda, julgar-nos pelos nossos actos! Isso seria quase como dizer que podes fazer o que quiseres, desde que seja o que eu te digo para fazer.
Isto é a mente humana a funcionar na sua forma mais manipulativa. O que Ele criou é perfeito. Deu-nos o livre arbítrio e somos nós próprios que julgamos os nossos actos. Mais ninguém o poderá fazer e é de tal forma perfeito que somos mesmo honestos nesse julgamento. E sabes porquê? Porque a transparência é enorme e não é possível enganar. Aliás, se o fizéssemos apenas estaríamos a enganar-nos.
E mais interessante ainda é que somos nós que estipulamos o que viemos cá experienciar e somos nós que nos avaliamos no final.
– Mas Mestre, eu não consigo ver isso a acontecer neste planeta. Existem regras em todo o lado e todos tentam enganar todos!
– Sim, é verdade. Porque continuamos a pensar e a agir como humanos de perspectiva limitada. E como tal não conseguimos ir mais além do que aquilo que vemos. Mas neste momento exige-se que vamos mais além. Sabes que pela primeira vez está disponível no planeta a possibilidade de fazermos diferente? Deus concedeu-nos isso mas nós temos de decidir claramente o que queremos.
Se queremos continuar a viver como seres humanos ou se queremos viver como seres de vibração elevada. Se queremos viver numa perspectiva de consciência local ou se nos queremos elevar a seres de consciência global. Não tem de haver um certo e um errado, um positivo e um negativo. É apenas uma decisão. E chegou a altura de o fazermos. Somos nós que decidimos e isso é importante, pois de outro modo não existiria livre arbítrio. Queremos elevar a consciência do planeta ou queremos mantê-la como está? Chegou agora a hora da decisão. Mas temos de ser todos a decidir. Não chega eu querer, temos de todos perceber que só em conjunto o podemos fazer.
– Mestre, isso que estás a dizer é muito difícil de entender. E o que acontece se escolhermos, mantermo-nos tal como estamos?
– Olha à tua volta. Se nos mantivermos a fazer tudo o que fazemos actualmente e não alterarmos radicalmente o nosso “modus operandi”, é bem simples: O planeta vai reclamar e a vida tornar-se-á quase impossível.
Por outro lado, não temos consciência de que aquilo que provocamos neste planeta tem impacto para além dele e que o equilíbrio da galáxia também pode estar em risco. Sendo que, nesse caso, ela irá reagir naturalmente, tal como o planeta neste momento já começa a reagir.
– Mas isso é difícil de entender. Nunca vais convencer as pessoas disso. Elas não conseguem ver o que estás a dizer e as implicações que isso acarreta!
– Sim eu sei. Mas vou tentar. Não vou convencê-las. Vou antes mostrar e elas poderão assim decidir livremente. É importante que a decisão seja livre e clara, sem zonas cinzentas, sem indecisões. De outro modo nunca faria sentido. Para que isso aconteça, temos de elevar a consciência do planeta de modo a que todos percebam que aquilo que se faz localmente tem implicações maiores do que aquilo que vemos à nossa frente.
– Mas Mestre, eu só estava a pedir que me ensinasses, no caso das ligações, a ver soluções em vez de problemas. Não estou a entender como é que eu posso fazer isso com esta informação…!
– Não, de facto não podes com o que eu disse atingir o que pretendes. Mas podes, se o quiseres, fazer um esforço para deixares essas crenças e essas velhas formas de funcionamento, para começares a encarar a vida de uma perspectiva mais abrangente dando relevância àquilo que é deveras importante. Pede à tua mente que te traga soluções em vez de continuamente te trazer problemas.
– Mas como é que eu faço isso?
– Simples. Para esse problema ou situação específica faz a pergunta a ti próprio e de forma continua: Qual a solução?
– Só isso?
– Só isso. A solução vai aparecer, ou imediatamente, ou ao acordares, ou durante um sonho ou na altura que for mais adequada, ela surgirá. Mas quando surgir não a rejeites por ser complicado a sua implementação, ou por ser contrária às tuas crenças. Pergunta à tua mente como podes implementá-la. Depois só tens de a colocar em prática. Até poderá ser difícil ou o preço a pagar ser elevado, mas se a rejeitares ou não estimulares a tua mente a procurar outras soluções ou formas de implementar, vais apenas desmotivá-la e por consequência até te podes sentir deprimido e triste por tudo estar contra ti. Na realidade o que te faltou foi coragem para enfrentares o que realmente tens de fazer.
Tens a opinião de que a vida é de, ou parte ou racha, mas não, ela é de consensos e compromissos. Apenas não deves fazer negócios com quem não está interessado em trabalhar contigo e/ou para ti. Esse tipo de acordos está destinado ao insucesso. Pensa primeiro em ti disponibilizando para os outros o que conseguires e relaciona-te com quem respeita essa regra.
– Ufa! Hoje foste bem fundo, mas penso que entendi. Sinto que vamos ter de voltar a falar sobre este tema. Nem tudo ficou claro. Existem agora muitas questões. Mas hoje sou eu que digo, por hoje já chega! Continuamos esta conversa noutro dia… agora puseste-me a pensar.