Alimentarmo-nos adequadamente, por incrível que possa parecer, nunca foi tão difícil como actualmente. Desde livros publicados, a artigos nas redes sociais, a quantidade de informação disponível sobre o tema é enorme e deveria ajudar-nos, mas o que acontece é uma desinformação generalizada da população. Por outro lado, estudos científicos que possam usar esse nome, não existem. É um tema que quem detém o poder financeiro não está interessado em pagar os custos inerentes pois o retorno seria nulo, ou então, os produtores de alimentos promovem alguns estudos de validade duvidosa e a maior parte deles ficam-se por testes laboratoriais esquecendo-se que o estudo deve incluir pessoas.
O beneficio, seja de que ingrediente for, só pode ser considerado como tal, quando testado em situações reais, antes disso apenas será considerado como ténue potencial. Como exemplo disso é o facto de sermos bombardeados quase diariamente por alimentos que fazem bem ao cancro, mas que na melhor das situações apenas foram testados em laboratório, porque o que normalmente acontece é apenas uma avaliação química dos seus constituintes ortomoleculares. Para além disso o potencial de efectividade real, neste caso do cancro, ainda é mais restrito, pois as células cancerígenas comportam-se em laboratório, apesar de parecer um contra-senso, como pouco resistentes, sucumbindo a quase tudo.
No meio desta confusão ficamos perdidos, para além disso, achamos que para comermos saudavelmente precisamos de despender algum tempo precioso e nem os restaurantes nos ajudam, pois estão muito pouco preparados para comermos adequadamente.
Como podemos mudar isto?
Primeiro, temos de uma vez por todas de estar conscientes que temos de aprender a comer e até hoje ninguém nos ensinou. Os nossos pais deram-nos o que eles achavam que era correcto ou aquilo que podiam dar. Os nutricionistas definem as dietas de acordo com indices calóricos, proteicos, etc, e esses indicadores sendo gerais não são minimamente relevantes em termos individuais. Segundo, cada um de nós tem um perfil alimentar e é importante sabermos qual.
Para termos uma alimentação correcta temos de saber quem no nosso corpo reaje ao nutriente e inicialmente o decompõe, como transportamos e processamos os nutrientes, e qual a quantidade de energia resultante que fica disponível. Na realidade saber isto com precisão é difícil, mas temos indicadores no corpo que nos podem guiar. Assim, o perfil sanguíneo dá-nos a informação sobre a reacção ao nutriente, o perfil proteico sobre o transporte e a capacidade de transformação dos nutrientes, e o perfil metabólico sobre a quantidade de energia resultante do processo nutritivo.
Estes indicadores são de difícil acesso, mas no nosso corpo existem informações que não sendo exaustivas contém os dados necessários para decidirmos sobre a direcção que devemos seguir. Assim, o tipo de sangue será uma boa referência para o perfil sanguíneo, a cor e estrutura dos nossos olhos dão-nos a indicação do perfil proteico e a medição do Ph da urina permite-nos identificar o perfil metabólico. Estes indicadores quando devidamente conjugados dão-nos o nosso perfil alimentar.
Para nos alimentarmos adequadamente o primeiro passo é saber o nosso perfil alimentar e estarmos disponíveis para aprender a comer. O segundo passo é, só comprarmos alimentos que respeitam esse perfil. O terceiro passo é, alimentarmo-nos maioritariamente respeitando essa perspectiva. E o quarto passo é, implementar esse conceito no nosso estilo de vida.